terça-feira, 5 de agosto de 2008

Ministros decidem proibir plantio de cana na Amazônia e no Pantanal

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Não será permitida plantação de cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal. As exceções serão as áreas de três usinas já instaladas nos estados do Acre, do Amazonas e do Pará, e uma com projeto aprovado no estado de Roraima, além das regiões do planalto pantaneiro onde já existem plantações há mais de 10 anos e em áreas degradadas.

A decisão foi tomada hoje (4) à noite, após mais de duas horas de reunião entre os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Agricultura, Reinhold Stephanes. Minc considerou o resultado do encontro para tratar do zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar “bom para todo mundo”.

“Estamos preservando, com esse acordo, o bioma amazônico e pantanal, não quebrando a produção já existente e colocando restrições que vão fazer com que ela se adeque à defesa do bioma, e não o contrário”, afirmou, após o encontro, realizado no gabinete de Stephanes.

No planalto pantaneiro apenas será permitido o plantio direto, sem uso de máquinas ou agrotóxicos. Na planície, será proibido qualquer tipo de plantio de cana-de-açúcar. A intenção, segundo os ministros, é diminuir erosões e o assoreamento dos rios.

Segundo Minc, a fiscalização dessas áreas precisa ser feita em conjunto, “porque uma coisa é a filosofia do acordo e outra é o ‘cumpra-se’ do acordo”.

Stephanes disse que o texto do acordo será encaminhado ao Palácio do Planalto para que seja analisado e depois tomadas as medidas necessárias a sua execução, o que pode levar até um mês

terça-feira, 29 de abril de 2008

Produção de álcool e de açúcar baterá recorde em 2008, prevê Conab


29/04/2008 - 15h12
da Folha Online
da Agência Brasil

Estimulado pela forte expansão do álcool no mercado e pelas perspectivas de crescimento nas exportações, o Brasil fará neste ano a maior colheita de cana-de-açúcar de sua história, de acordo com levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) feito em 361 unidades produtoras no país.

Com base em dados de unidades de produção de todos os Estados onde a atividade é desenvolvida, a Conab estima que a colheita deste ano deverá variar entre 607,8 milhões e 631,5 milhões de toneladas, número entre 8,8% e 13,1% acima da do ano passado, que foi de 558,5 milhões de toneladas.
Joel Silva/Folha Imagem
Segundo estimativa da Conab, mais parte da cana será destinada para produção de álcool
Segundo estimativa da Conab, mais parte da cana será destinada para produção de álcool

O levantamento indica que cerca de 55% (entre 309,8 milhões e 321,9 milhões de toneladas) da cana colhida nesta safra serão usados na produção de biocombustíveis, enquanto 44% (de 248,3 a 257,9 milhões de toneladas) serão transformados em açúcar. O restante, de 49,6 milhões a 51,7 milhões de toneladas, será usado na fabricação de cachaça e rapadura e como alimento para gado, sementes e mudas.

Segundo a Conab, os investimentos em tecnologia nas usinas de cana-de-açúcar, o plantio de variedades mais produtivas e o clima favorável são os principais motivos do crescimento. A alta desta safra também se deve à área plantada, que aumentou de 7 milhões para 7,8 milhões de hectares, crescimento que teria ocorrido principalmente sobre áreas de pastagens.

Dados da Conab mostram que o país tem hoje 276 milhões de hectares de terras cultiváveis. Desses, 72% estão ocupados por pastagens, 16,9% por grãos e 2,8% por cana-de-açúcar, o que demonstra o potencial de crescimento da atividade sobre áreas de pastagem.

Moagem

A moagem da safra de cana-de-açúcar da temporada de 2008 teve início neste mês nos Estados do Centro-Sul, responsáveis por 90% da produção total.

Pela projeção da Conab, a moagem deve resultar na produção de 26,4 bilhões a 27,4 bilhões de litros de álcool, de 14,9% a 19,4% a mais que no último ano. Cerca de 4,2 bilhões de litros devem ser exportados, sendo 2,5 bilhões de litros apenas para os Estados Unidos.

O grande volume de exportações de álcool para os Estados Unidos é conseqüência do aumento da mistura do álcool à gasolina naquele país, além do crescimento da frota de veículos biocombustíveis. No Brasil, esse tipo de veículo representa 85% das vendas de carros novos.